quinta-feira, 21 de julho de 2016

SARAVÁ PRETO VÉIO: PIMENTA NA CARTEIRA E BOLA NA REDE




ref. 16 de ago. 2015
Diversão de boleiro é coisa séria.
Talvez essa frase resuma o que penso eu e muitos outros boleiros da cidade.
A gente não sabe brincar.
Sangrar. Torcer joelhos e tornozelos, fazem parte de nossas brincadeiras em campo. 

Quem está de fora não entende. E nunca entenderá.
Quando perdemos, a cerveja fica mais amarga. Para ser sincero, nem desce.
Falta ânimo para a semana.
Entre o jogo perdido e o próximo, o tempo se arrasta. Vai mais de vagar.
Perdemos o sono, e com ele o bom humor.
Dia de derrota não tem piada.
E quando é time bom, o drama aumenta.
Ficamos sem saber para onde correr.
Alguns chegaram a cogitar oração.
Outros raça.
Cada um interpreta a fase com as forças que tem.
Mas insisto.

Má fase só passa com muito trabalho e bola na rede.
Quando a fase está feia, chute de bico é letra.
Carrinho é passe de mestre.
Mas é de mandinga em mandinga que vive o boleiro.
Não abro mão da pimenta.
Nem da reza forte.
Nem de algumas pegadas doídas.
Creio que todos estávamos com pimenta na carteira.
Um ou outro, creio que foi em culto no meio de semana.
O cara rezou tanto que nem xingou em campo.
Mas jogou. E como jogou!
O time jogou muito.
Bateu saudades da invencibilidade. Do time organizado em campo.
Aguerrido.
Afim de jogo. E pronto para o jogo.
Foram oito gols, poderiam ter sido doze.
Treze.
Criamos e marcamos.
Voltamos.

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