domingo, 28 de fevereiro de 2016

MELANCOLIA






28 de fevereiro de 2016

Melancolia, forte sensação de desencanto.
Melancolia, vontade de não existir.
O jogador de futebol tem a alma melancólica.
Essa alma melancólica se manifesta no confronto entre o passado e o presente.
Geralmente quando o último se torna um fardo.
Esse é o dilema que vivo.
Os times de futebol são como estrelas, conseguem brilhar por um tempo, e aos poucos perdem esse brilho. Há aqueles que nascem com um brilho que de tão forte, ofusca a vista.
Enche os corações.
É o apagar da luz destes o mais doloroso.
Tínhamos um time de futebol. Fantástico. Brilhante.
Lembro-me de meu ingresso no elenco. Desacreditado, vindo de um péssimo campeonato.
Havia encontrado o time de meus sonhos.
Um conjunto.
Sempre fui jogador de conjuntos.
Jogávamos por música.
Ganhávamos.
Hoje o que vejo (com pesar) é um grupo de jogadores, não um time.
Um grupo que em muitos momentos revela o descaso e a falta de prazer em estar juntos.
Há bons jogadores.
Mas não há um time.
Em meio a esse apagar do brilho, e talvez ontem a centelha final cessou, gritos de fora do campo:

"Estão brigando entre eles, aperta que entregam"

Gritos.
Entusiastas, selavam nosso triste fim.
O fim de um ciclo.
O fim do BARÇA.
O que somos hoje?
Não sei.
Não consigo ver um time em um elenco que procura culpados e não soluções.
Abatimento em campo.
Desinteresse pela partida.
Todos vimos.
O adversário percebeu.
Vi seu descaso.
Descaso de adversários que não nos conheciam.
Não sabiam da história deste time.
Não houve respeito.
Melancólico.
O fim de um ciclo. 
Em um campo pequeno. Enlamassado. À beira da estrada.
Ainda procurava entender.
Não procuro mais.
O BARÇA, apenas uma fotografia sobre minha escrivaninha.