Uma
partida que não terminará, anuncia-se no começo.
Começa tensa, soltando faísca.
A
cada encontrão, um mergulho, um joelho dobrado, um salto e um ai.
Tem jogadores que se aventuram na cena. Giram para todos os lados. Caem e levantam
os braços já olhando desesperadamente para o árbitro.
Quando
começa assim, não tem jeito.
é um show de saltos e gritos.
Para toda dividida uma queda. A
cada queda, um murmurinho. Um empurra-empurra. Os mais exaltados entram na onda do não me toque que estou bravo. Está feito!
Inevitável, formou-se o bolinho.
Inevitável, formou-se o bolinho.
Chegam em bandos. Dois, três, quatro e assim vai.
A
primeira vítima é sempre o árbitro.
Uns apelam para o encontrão.
Cara feia. Olho no olho. Chega ser quase uma dança.
Cara feia. Olho no olho. Chega ser quase uma dança.
Outros despejam a saliva esbravejante na narina do pobre assoprador.
Falam cuspindo. Em algumas situações, percebe-se a cana atravessando o ar. Um cheiro de fígado sobrecarregado na véspera da partida.
Montou o bolinho. Aguenta. O jogo fica chato.
É torcedor reclamando de tudo fora do campo. Alguns até correm por toda a lateral do campo. Marcação cerrada no árbitro. Garante na insistência que tudo ocorrerá conforme suas regras.
Falam cuspindo. Em algumas situações, percebe-se a cana atravessando o ar. Um cheiro de fígado sobrecarregado na véspera da partida.
Montou o bolinho. Aguenta. O jogo fica chato.
É torcedor reclamando de tudo fora do campo. Alguns até correm por toda a lateral do campo. Marcação cerrada no árbitro. Garante na insistência que tudo ocorrerá conforme suas regras.
No campo tem
jogador que reclama até de falta a favor. Imagina as faltas contra e as não marcadas?
O
assoprador sofre.
É
o tempo todo.
Deu.
Reclamam.
Não
deu.
Bolinho.
Há
diversos tipos de bolinho.
Há
aqueles que querem intimidar. Sempre tocado pelos valentões de
plantão.
Colam
no adversário. Falam alto. Muitos até gritam.
Alguns
parecem concorrer com a intensidade de suas lamúrias.
São
verdadeiras lavadeiras do gramado.
Juntam
a esses torcedores mal-intencionados e insatisfeitos. Geralmente esses bolinhos se
desmancham com a turma do deixa disso, ou nos limpa-trilhos. Quando
isso acontece sobra braço para todo mundo.
Existem
aqueles bolinhos chatos, o da turma de sempre. Toda partida de
futebol existe o grupo dos chorões, esses são figuras inevitáveis
no futebol. Vitimizam-se. São os perseguidos em campo.
Tem
os bolinhos dos argumentos furados. Tudo é queixa. Mostram a
hipotética lesão para a torcida, para o árbitro, para o adversário,
tiram foto e postam no Instagram.
Mas,
no futebol de várzea, o bolinho clássico é no árbitro mesmo. O assoprador, é a vítima preferida dos chorões de plantão. Esse,
sempre sozinho. Conta com a sorte e com a boa intenção de alguns
menos exaltados.
Bolinheiros
destetam cartão.
Quando
recebem. Ficam inconformados.
Xingam,
vão pra cima. Alguns até choram.
Tumultuam
o espaço.
Gostam
de ser o centro da atenção.
De
terem razão.
Quando
isso não acontece. Abaixam a cabeça e saem do campo sem olhar para
trás. Ameaçam abandonar o clube. Pois se dizem traídos. Sempre na esperança que alguém lá de fora lhe dê razão.