sábado, 19 de setembro de 2020

Que isso senhor policial?!

 

Jô cobrando pênalti na final do Campeonato Paulista de 2020.

Último jogo da final do campeonato Paulista de futebol. E confesso que nesse dia acreditei que seríamos presos por desacato.

Cinquenta minutos do segundo, jogo ganho, e... Pênalti.

Pênalti aos cinquenta minutos. A um minuto do título.

Pênalti infantil. Daquele que não se pratica nem em categoria de base.

Bola na área, centroavante cercado por quatro marcadores. 

Era jogada perdida com certeza.  

Pênalti.

Um pé descuidado de um carrinho irresponsável dava um alento à torcida corintiana.

Pênalti.

Aos  cinquenta e três minutos.

Era Jô na bola. 

O Rei dos Clássicos.

Goleiro Tenso.

Bola na cal. Jô com o olho na bola.

E policial na frente da televisão.

Irritado, ameaçava desligar o aparelho. Fazia uma batida no bar. Já havia convocado todos a retornarem para os lares.

Mas era Pênalti. Era o Jô na bola. Não podíamos ir embora daquele jeito.

Inconsolável e profundamente irritado com tamanha ousadia, o pequeno policial, se colocava de forma ameaçadora contra todos. Ameaçávamos constantemente. Já beirava  o abuso de autoridade.

Não havíamos feito nada. Mas, insistia em nos ameaçar. 

Esbravejava ora contra o dono do bar que tomava o enquadro. Ora conosco, que praticávamos naquele momento o direito da desobediência civil.

Era o Jô na bola.

O Ueverton tem fama de pegador de Pênalti.

Páreo duro.

A medida que nos colocávamos em desobediência, aumentava o nível dos abusos do jovem policial. 

Seu parceiro de viatura ficava entre o apoio ao seu inexperiente companheiro e o acompanhar a batida. Estávamos em uma situação de conflito eminente. Éramos seis. Eles apenas dois. Aliás um. Pois o outro policia já havia naquele momento sucumbido ao momento da partida. 

Se vendo solitário na situação, o jovem policial resolveu negociar. Deixou de nos ameaçar. Negociou. Retirou a mão da tomada. E com autoridade informou:

- Bateu o Pênalti, todo mundo pagando a conta e indo para casa.