domingo, 19 de março de 2017

Camisa com urucubaca


O cara não tira a camisa nem para dormir. Vai em casamento está lá, a camisa debaixo do terno.
Em enterro, aniversário da sogra e de sobrinho, até parece garoto propaganda. Lá a está, uma segunda pele, estampada com o sorriso do indivíduo na foto.
A camisa já anda sozinha.
Se abusar dá autógrafo e se escala.
Estou vendo o momento que o cara vai pedir direitos de imagem e fotografia de churrasco no fundo do quintal.
No time, já está dando o que falar.
Mas não é a presença da camisa que incomoda o grupo.
O problema é o fato de desde quando essa adentrou nosso vestiários, o nosso craque caiu de produção.
O cara batia de letra, agora dá de calo.
Bola de chapa anda subindo.
E a velocidade? Anda de cabeça baixa e resmungando.
Chegou a afirmar que estamos agindo como a imprensa, aumentando os fatos.
Que é pura intriga.
Quem dera.
Podemos até aumentar, mas que o fato existe. Ah, esse existe.
Na resenha, caiu na roda.
Virou até verbo.
Teve membro da diretoria que preocupado, procurou pastor, padre e pai de santo com a fotografia do indivíduo e a camisa para ver se era trabalho feito.
Os atletas mais espirituosos, na oração do jogo, clamam a Deus com os pulmões inflados.
Creio que alguns, estão até colocando o seu nome nas intenções de reza.
Hoje, trocou de camisa.
Não falou o motivo. Mas trocou.
Até gol fez.


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