segunda-feira, 6 de março de 2017

Movimento parabólico

Desolados, jogadores do Bayern não acreditavam no que tinha acabado de acontecer. Final da taça da Liga dos Campeões da UEFA de 1998-1999 entre Bayer de Munique (1) e M. United (2) no Estádio Camp Nou, Barcelona, Espanha. “Três minutos de acréscimo. Dois gols. E um título surreal.” 
Fonte: https://imortaisdofutebol.com/2013/05/23/jogos-eternos-manchester-united-2x1-bayern-munchen-1999/ 

Atônito ele observava o movimento parabólico que se formava no espaço.
Contemplava impotente a bola subir a uma altura que lhe causava alívio.
Entretanto, fora a queda que mudou a história.
Seus olhos abriram-se como se quisessem saltar para fora.
Derrapava na lona com o corpo ainda deitado.
Esticou braço.
Pernas.
Até o pensamento.
Era a expressão máxima do desespero.
Mas, pouco podia fazer.
Viu-a entrar e prender-se a rede, era como se a própria dissesse "FOI GOL E PRONTO".
Desesperado e ainda de joelhos socava o chão e maldizia a sorte.
Sentia-se sozinho, humilhado. Sem chão.
Aos trinta e quatro minutos, conseguira defender quase tudo. Conseguiram marcar quase todos.
Mas o QUASE indica que algo ficou, que algo passou.
Todos estavam praticamente dentro do gol. Mas como um ato falho, esqueceram a entrada da área.
Foi uma meia bicicleta.
Um belo movimento pendular.
Havia uma perna direita livre.
Havia um meia livre.
Havia um corpo com espaço para movimentar-se.
Entre o silêncio do chute e a explosão eufórica do gol, havia uma estrela.
E como brilha essa estrela.


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