quinta-feira, 18 de agosto de 2016

MEU MENINO TORNOU-SE HOMEM



sobre 14 de agosto

Em uma corrida tímida e descompassada atravessou o campo.
Eram seus primeiros passos. 
De meias até o joelho. Calçava um par de chuteiras emprestadas. 
Tudo era grande naquele momento.
O uniforme que sobrava, envolvia-lhe em tamanho dobrado.
O campo em sua infinitude.
Parecia nunca chegar, mas continuava a correr.
Foram longos segundos de corrida até o posicionamento final. 
Passara diante de meus olhos que tudo observava como se a eternidade se fizesse naquele momento.
Contemplei-o, com o orgulho da fera que ensina a caça a sua cria.
Em sua corrida, procurava equilibrar-se em um frágil corpo que seria testado entre homens. Estava dado o seu batismo.
O primeiro passe que recebeu ficou em família. 
Do recebido ao transferido.
Jogue plantado. Era o que lhe dizia.
Sempre digo isso aqueles que iniciam.
Depois do susto, jogou.
Jogou com personalidade.
Passou e recebeu.
Trombou.
Caiu.
Mas levantou.
Até arriscou a chutar.
Jogou tranquilo sob a sombra de meu olhar, que orgulhoso, via meu menino tornar-se homem.

Um comentário:

  1. Que bela homenagem que o filhote recebeu do pai. Ou teria sido o contrário? Parabéns aos dois. O amor entre filho e pai deve ser vivido, dividido e compartilhado.

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