terça-feira, 2 de agosto de 2016

FOI. NÃO FOI.

Expulsão de Pelé no San-São de 1961 pelo campeonato estadual, nesta partida o Santos perdia por 3x1. "Armando foi o árbitro que expulsou Pelé de campo. Foi quem errou uma contagem de pênaltis e fez com quem o campeonato paulista de 1973 terminasse empatado. Levou um soco de um dos maiores ídolos do futebol nacional, Nilton Santos".
Fonte: http://www.redebrasilatual.com.br/esportes/2014/07/armando-marques-expulsou-pele-apanhou-de-nilton-santos-e-empatou-uma-final-6757.html 

31 de jul. de 2016


Fico imaginando o que leva uma pessoa a assumir a função de assoprador em uma partida de futebol. Nunca está certo, pois toda decisão interfere em um dos lados.
Se não bastasse os marmanjos mal-humorados em campo,  ainda tem que lidar com as paixões externas as linhas.
Em tratados de psiquiatria, talvez, um dia abrir-se-á um campo exclusivo para o estudo deste quadro comportamental.
Sempre sozinhos. Volte e meia andam em três ou quatro. Até tentam se enturmar, mas basta colocarem o instrumento de assopro na boca para que tudo mude.
O boleiro sorridente já não o conhece mais.
Atenta contra a sua honra constantemente.
E o que faz a criatura?
Pondera.
É paixão de sobra nos alambrados (quando o campo oferece esse recurso). Um mar de gente pendurada, elogiando-o com os mais requintados palavrões. 
E o distinto senhor de preto? 
Impassível. Como se nada o atingisse.
 Sobre as cobranças da torcida? A coisa parece ser pessoal.
Os gritos cumprem as mais diversas funções. Das advertências sobre o espaço à preocupação com a saúde deste senhor:
"Ai juizão, tá cego?"
"filho da p... se não enxergar direito vai morrer"
" Ai professor, a gente não gosta de erros"
Há aqueles que são mais atrevidos, os insultos atentavam contra a honra de sua família:
"Cornooooooooooooo"
"Ladrão safado"
"Vai procurar a sua mãe na z... seu filho da p..."
Uma covardia. O que faz as vaias de estádio parecerem revolta de colegiais bem comportadas.
Futebol na várzea é pra homem. 
Árbitro então? Tem que ser homem duas vezes mais, ou louco.
Não pode errar.
Mas no futebol, o erro é relativo.
Ai amigo. Surgem os grupinhos e os justiceiro.
O torcedor tem um senso de justiça muito peculiar.
Entendeu que foi roubado, cobra no ato. Do jeito que for. 
E o boleiro não ajuda.
Tem jogador que treina tombos e rolamentos no meio de semana.
Fora os canelas de vidro e os chorões.
Um amigo. Árbitro. Disse-me uma vez como lida com os xingamentos dentro e fora de campo, abro aspas 
"Ao entrar em campo digo aos atletas, desejo a vocês e às suas famílias tudo que me desejarem".
Um mestre do constrangimento.
Sempre com um sorriso de canto de boca.



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