domingo, 4 de outubro de 2015

Cheio de marra

Fonte: esporte.ig.com.br 





04 de outubro de 2015

Até futebol de mudo é barulhento.
Arrisco-me a dizer, que não há esporte no mundo tão marrento como o futebol.
Não há um metro sequer do gramado para cavalheiros. 
Lordes à britânica? Na várzea?
Isso não existe.
Quem espera em um campo de futebol homens educados exercitando a fina educação, sairá da beira do gramado profundamente decepcionado. Incrédulo no futuro da humanidade.
Dentro das quatro linhas até malandro passa por otário.
É um jogo de nervos.
Como diria um saudoso companheiro de zaga: "só no psicológico".
Interpretamos o tempo todo.
Se Shakespeare  tivesse conhecido esse esporte, com certeza escreveria peças das mais diversas naturezas, na vã tentativa de compreender o espírito que move uma partida.
O futebol, jogado, em muito supera o esporte, tende a arte. Mas ao contrário do que pensam os jornalistas moralistas que o avaliam. Esse jogo não encanta pela plasticidade. 
Sinceramente, essa ocorre em lampejos da partida. É a leitura do replay. Coisa de jornalista.
O futebol é arte pelo cinismo, é a arte da encenação.
E quem não conhece os atalhos do campo sofre. Pois é nos atalhos que tudo acontece.
O tapa antes da corrida.
O joelho que dobra no encontro.
A camisa agarrada.
O pisão no pé.
Somos atores.
Entre o início da ação e o desfecho, o silêncio.
Um vácuo de poucos segundos, como se preparasse as falas.
Aqueles segundos de concentração.
De repente.
Um explosão efusiva de gritos indignados. Olhos arregalados, como se desafiassem exércitos.
Dedos em riste.
Uma batalha. Que ora ou outra um conhecido, dá uma piscadela para o adversário, como se alertasse da cena.
Somente os "juvenis" não entendem. Levam a sério.
Mas todo tumulto tem seu protagonista.
Uma partida de futebol, tem defensores que se pensam imbatíveis. Meias perdidos em soberba. Atacantes egocêntricos. Mas nenhum.
Nenhum deste personagens consegue superar aquele que de todos é o maior.
O árbitro de futebol.
Joga sozinho.
E quando acoado, dá por encerrada a partida.
É o dono da bola.
Desafia exércitos inteiros.
Está sempre no centro da cena.   
Muitas vezes esse protagonista, veste a "marra" do estrelismo.
Nem conversam com a gente.
E isso ofende.
Uma coisa é você estar errado. Outra coisa é ser ignorado.
E não há boleiro no mundo que admita ser menosprezado.
Nos preparamos para a cena.
Faz parte do show.
E o "doutor professor" nem dá ideia.
Pelo contrário. Lava a alma no cartão.
Ameaça expulsar.
Marca a falta com a mão no bolso.
Olhando em nossos olhos. Como forma de advertência,
"fique quieto senão..."
Vem pra cima.
Esses senhores perderam de vez a esportiva.




ELETROGE F C 6 X 6 RD PROJETOS (1998)

gols: (2) Wesley; (1) Toddy; (1) Bruno; (1) Marcos; (1) André.















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