domingo, 22 de janeiro de 2017

Nada se cria na boca de crocodilo



O futebol é uma fauna, repleto de animais.
Galináceos, equinos, bovinos e répteis.
Nesta fauna o bicho mais perigoso tem perna curta, rabo de arraste e boca grande.
Esse é o tal do Crocodilo, uma racinha ardilosa. Fala pelas costas e come pelo rabo.
Falseia na parceria, e no meio da malandragem  é sujeito sem consideração.
Na boca de crocodilo nada serve, nada se cria. É raça de Exu.
Sujeito encantado que bate a amizade na língua preta.
É irmão da traíra.
Virou as costas o bicho puxa o tapete.
No futebol derruba os parceiros sentado no banco.
Tem o olho ruim que cava buraco e murcha bola.
Com essa raça todo santo é pouco.
Corra com Santo Expedito.
Com Santo  Antônio.
Bata cabeça para Orixá e mesmo assim, com esse encosto, é difícil.
Quem não é do meio não entende o porque de tanta superstição.
Entra com o pé direito.
Três pulinhos e o sinal cruz.
Olha pro céu e agradece o Senhor.
É água de santo no vestiário.
Fitinha de Nosso Senhor do Bonfim.
Promessa a Nossa Senhora Aparecida.
Vale tudo para escapar do rabo deste bicho cascudo.
No campo crocodilo tem nome, sobrenome e apelido.
Esse parceiro de Zé Pelintra lhe dá o tapa nas costas preparado o velório.
Boleiro bom tem altar em casa, carrega patuá e toma benção de santo.
Deixa uma vela branca na janela e uma vermelha no canto da casa.
Antes da partida joga farelo de pão na entrada do campo.
Quando vê alguém se coçar diante disso, corre.
E como corre.
Mordida de crocodilo arranca pedaço.





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