segunda-feira, 9 de novembro de 2015

MAGRÃO DA 10

Charge de Ziraldo, sobre a vitória brasileira na Copa do Mundo no México em 1970.
08 de novembro de 2015

Foi um voo solitário. Solitário e desolado.
Assim descrevo o salto do goleiro. Que tristemente, teve que ouvir o som metálico da trave ser amortecido pelo da rede.
Uma.
Duas.
Três vezes. Foram os quiques da bola que forçosamente entrou rente ao ângulo esquerdo do jovem guapo.
Um tiro seco.
Que tem um autor tão peculiar quanto o chute.
Do tipo que engana.
Daqueles que você não espera nada.
Alto, de movimentos lentos. Parece lento.
Sempre dá a entender que nunca chegará à bola.
Mas chega.
Parece fraco, pois é magro. Magro até demais para um esporte de tanto contato físico.
Mas que vã ilusão.
Lembro-me como se tivesse ocorrido hoje, a primeira vez que o vi jogar.
Estava eu no melhor lugar do campo.
Dentro dele.
Fazia a linha de defesa.
Foi surpreendente.
Espantado, dizia a um colega: Parece o Danilo. Esconde a bola.
E como esconde.
Um ranzinza da meia.
Que ostenta a dez. a camisa dez.
Como segunda pele.
Com autoridade.
Um ranzinza criativo, com lampejos de genialidade.
Como é difícil jogar com ranzinzas.
Como é prazeroso tê-los em campo.
Em minha equipe. É claro.
Neste final de semana esnobou.
Como falso centroavante fez gol de todo tipo.
Apanhou.
Irritou a defesa adversária.
E ainda arrumou tempo para provocar.
E para não perder o hábito.
Provocou.
Há jogadores que enganam.


ELETROGE F C 7 X 2  5º BATALHÃO

gols: (3) Guilherme; (2) Wesley; (1) Anderson; (1) contra


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